Bulova Moon: Conquistou a Lua e milhares de pulsos

O feriado que define o Brasil está acontecendo. Mas, a nossa folia é a todo o momento, por meio dos nossos hobbies. Adoramos trazer curiosidades que permeiam o tempo, a horologia e magnitude dos relógios – que têm a capacidade de transcender o “tempo” e recontar histórias.
Não abrimos mão de atualizar nosso Blog em pleno Carnaval. E hoje, 24 de fevereiro, vamos falar de um dos modelos que conquistou a Lua e milhares de pulsos pelo mundo a fora: o Bulova “Moon”.

Antes disso, um singelo registro para falar de Katherine Johnson. Mulher e negra, teve sua história contada no filme Hiden Figures (Estrelas Além do Tempo, 2016). Hoje, aos 101 anos faleceu e deixou contribuições consistentes para o avanço da aeronáutica e exploração do Espaço. Ela foi capaz de criar cálculos para definir trajetórias e janelas de lançamento (instantes mais favoráveis) para os testes feitos antes do Apollo 11 ir à Lua e as missões subsequentes.

A contribuição da Katherine foi uma das mais notáveis. No entanto, a NASA sempre manteve um time de matemáticos, engenheiros e visionários que pensavam além. E neste trecho da história que voltamos a falar de relógios.

Bulova havia se candidatado para ser usado pelos astronautas. Elegeram o Speedmaster da Omega como relógio oficial, mas os dispositivos de sincronismo Accutron da Bulova foram usados em 46 missões – entre as décadas de 1950 e 1960.

Durante a missão Apollo 11 em 1969, quando o homem pisou na Lua, um temporizador Accutron foi inserido em dispositivo de retransmissão de comunicações, para ajudar a controlar transmissões de dados vitais.

Foi pelos cálculos de Katherine e por uma preferência pessoal de David Scott que um modelo Bulova, mesmo não sendo relógio oficial, foi para longe. Este trecho da história é do dia 2 de agosto de 1971.

Como? Na segunda ida à Lua, o cristal do relógio Omega do comandante David R. Scott quebrou. Na terceira, todos os tripulantes usavam seus relógios Speedmaster – com o aval da NASA. E Scott usou seu relógio de backup: um cronógrafo Bulova.

Era um protótipo, um modelo personalizado. Feito para se adaptar às condições lunares, o relógio tinha funções de rastrear (com precisão) o tempo e, assim, garantir que ninguém ficasse sem oxigênio, água ou bateria na mochila portátil do sistema de suporte à vida. No caso, recursos estes que foram devidamente usados somente pelo comandante.

Uma mãozinha do destino na época, comprovado por meio de registros fotográficos – em que o comandante Scott saúda a bandeira norte-americana, em solo lunar, com seu Bulova no pulso.

E ele manteve o relógio e abriu mão da peça em um leilão em 2015. Promovido pela RR Auction House, o relógio foi descrito como um modelo de US$ 500, de propriedade privada e usado na Lua em 1971, durante a terceira excursão da Apollo 15, com duração de 4 horas, 49 minutos e 50 segundos. E dentre suas características, foi descrito ainda com “desgaste significativo da exposição enquanto esteve na Lua, além de respingos e recuperação”. Foi vendido por US$ 1,625 milhão.

Bulova Chronograph 88510/01 (Moonwatch) que Scott usava na superfície lunar era único. E depois que a história veio à tona, a marca Bulova (adquirida pelo grupo Citizen) não perdeu tempo e fez jus ao um bom timing de vendas: monetizou a história com o lançamento de uma recriação do relógio do comandante Scott por US$ 550 – apresentado no Baelworld 2016, com modelo relativamente semelhante: Bulova Moonwatch 96B251.

Bulova Moonwatch 96B251

Este modelo tem uma caixa em aço inoxidável, escovada, de 45mm. De aparência mais arrojada, este Moon tem os acionadores do cronógrafo e a coroa em aço inoxidável cromado. Além de ostentar o nome Bulova inscrito, a parte traseira ainda reserva uma numeração especial: a data do lançamento da terceira expedição – “DOM 08021971” e embaixo “UHF”, respectivamente de “Date of Mission” (Data da Missão 02/08/1971) e Ultra-High Frequency (Frequência Ultra-Alta).

A presença do UHF ameniza as críticas de ter sido usado movimento de quartzo, que permite que o relógio tenha preço convidativo em relação ao original (que ficaria bem oneroso). A frequência de 262,144 Hz é oito vezes mais rápida que um movimento quartzo comum – e este sim é um dos diferenciais deste Bulova.

Tem vidro de safira, resistência à água de 50m, e ainda apresenta taquímetro ao redor do dial e três subdials: o subdial que está às 9h, que mostra os minutos marcados (acumulados) pelo cronógrafo; o segundo subdial fica às 6h, mostra os segundos, com deslize deste ponteiro quase contínuo (mais um diferencial em relação a outros modelos quartzo); e o terceiro subdial está posicionado às 3h, mostrando os milésimos de segundos do cronógrafo. Ainda tem o dia do mês, exposto entre às 4h e 5h.

Acompanha duas pulseiras: uma em couro, preta e texturizada; e uma segunda de nylon, também na cor preta, com velcro e que faz menção à Scott – que usou pulseira semelhante na expedição à Lua no Apollo 15.

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Bulova Lunar Pilot Chronograph 96B258 / 96A225 / 98A186

Em 2017, foi lançado um upgrade do Bulova Moon. Uma mistura mais balanceada do modelo original e do lançado em 2016, com alguns diferenciais que tornam este modelo especial.

A começar pelo fato de que o relógio Lunar Pilot é de edição limitada. Tem design do case inspirado, claro, no Moonwatch original – com empurradores ergonômicos na lateral e terminais curvos. Também foi feito com aço inoxidável bem distribuídos em 45mm, de grau cirúrgico 316L e acabamento fosco jateado. Os botões do cronômetro são polidos e contrastam com o acabamento fosco, além de ter formato que deixa os detalhes ainda mais perceptíveis.

O movimento de quartzo, com seu UHF, foi aprimorado e definido como Precisionist da Bulova. Esta proposta da marca tem dividido opiniões: o Moonwatch original tinha um movimento mecânico suíço, único – que utilizava um diapasão eletrônico para regular o tempo e um trem de engrenagens eletrônico para movimentar as mãos com o Accutron original. Nesta versão recebeu o nome de Precisionist, mas é de quartzo – para deixar o relógio mais barato. A marca se defende alegando que é o movimento mais preciso do mundo – porque uma terceira ponta foi adicionada ao cristal de quartzo, criando um ressonador de torção, que resulta em oito vezes a frequência de vibração de um relógio tradicional de quartzo. E especialistas afirmam que o movimento, mesmo de quartzo, se diferencia dos demais e aprovam o Precisionist como “alto desempenho”. Como o relógio bate a 262Hz (16 tiques por segundo), o ponteiro de segundo desliza suavemente – que é o grande trunfo dos modelos Precisionist da Bulova.


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As diferenças internas não deixam o relógio menos interessante. Até porque é funcional e acessível e com detalhes externos que muitos têm gostado: o modelo 96B258 tem a pulseira de aço inoxidável e denota o relógio como uma opção de bom gosto para o dia a dia. Tem ainda o mostrador preto e tem marcadores super luminosos. O taquímetro ganhou moldura e os subdials foram reposicionados: o subdial às 9h tem 60 minutos, o subdial do cronógrafo está na parte inferior, e às 3h foi posicionado o subdial de 1/10 segundo. A data está entre às 4h e 5h, que se assemelha ao modelo de 2016.

O modelo 96A225 se diferencia por ter pulseira nato, caixa toda polida e não tem calendário. Já o modelo 98A186 também não tem calendário, mas tem a pulseira nato e a caixa tem um acabamento em IP Black. Por estas variações que a Bulova permite que o modelo que esteve na Lua esteja em milhares de pulsos.

Deseja saber mais de algum modelo específico de relógio? Divida conosco sua opinião. Sua participação é muito importante. Na próxima semana retornamos com mais histórias e curiosidades do segmento de relojoaria.

Até breve!

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